quarta-feira, outubro 04, 2006

SOU PAPÁ

Agora sou papá,
O T. Nasceu em 30 de Agosto, resolveu vir comemorar o aniversário da avó. Aliás, nestes primeiros tempos ele só quer é festas. Já foi a vários aniversários, baptizados e até às bodas de ouro dos avós. Isto promete, o rapaz vai ser um festeiro...
No dia em que o T. nasceu estava muito calor, era verão puro.
Na manhã do dia 29 tinhamos estado na consulta do obstetra. Fomos calmos para lá, apenas para fazer mais um CTG. Quando entramos no gabinete do médico obstetra ele estava de braço ao peito. Havia partido o braço em dois locais. Estava impossibilitado de realizar o parto do nosso bébé.
A mamã ficou logo nervosa e triste, afinal de contas são nove meses de uma relação de confiança que se quer e que se cria como médico. Após este tempo todos os outros nos parecem ser maus e apenas ele o único médico capaz. Claro que o resultado disto foi a Susana começas a ter ligeira contracções...
O nosso médico, mesmo não podendo realizar o parto, acompanhou toda a situação. Avisou-nos ele para lhe ligarmos quando a fossem horas de irmos para o hospital, independentemente da hora da madrugada a que isso acontecesse. Vimos logo que aquilo era uma previsão dele e que o bébé poderia estar a vir ter com os seus pais.
Fomos terminar umas compras que necessitávamos (para o hospital, bébé, etc...) e fomos para casa. Depois de jantarmos uma bela feijoada, as contracções começas a aumentar a bom ritmo, tendo nós ido para hostpital às 4 e tal da manhã. Como não havia dilatação voltámos para casa. A dilatação começou no final da madrugada. Na manhã seguinte os sinais eram demasiado óbvios, e o nosso obstetra disse que o bébé estava a nascer. Fomos de imediato para o hospital.
Tudo correu bem. Estivemos até perto das 17H00 no quarto, acompanhados pelas duas avós, um bocadionho de tempo pelo vôvô A. que foi lá deixar a vóvó E., e ainda acompanhados por todos os familares e amigos que nos telefonavam muitas vezes.
Às 17H00 houve umas alterações ao planos inciais e o que pareciam 9 meses de gravidez perfeitos, com tudo a correr na perfeição, parecia estar a ir por água abaixo.
A S. a fazer febre, o T. com taquicárdia, a dilatação se fazia por completo... enfim, foi muito complicado, e o parto acabou por não ser tão simples e por não ser natural mas sim cesariana.
Meia hora depois de levarem a S. aparece o T., enrroladinho numa manta, já lavadinho. Eta tão pequenino, tão frágil... peguei nele por uns segundos, beijei-o e disse-lhe "sou o teu pai, amo-te!", devolvei-o, fui-lhe colocar o cachecol do Sporting no berço, e voltei para a minha angústia... nada daquele momento mnaravilhoso fazia sentido, nem tinha o mesmo significado sem a S.
Onde estava ela, porque não me diziam nada, porque demorava tanto tempo???
Só depois das 19H00 é que a vi, é que a pude beijar. Só nessa altura é que respirei fundo, só nesse momento é que me comecei a sentir completo.
Perto das 20H00 levam o T. para junto da S., eu fui também. Ela dormia, o S. estava no berço, mas do do lado para o qual ela estava de costas. Fui para a frente da S., dei-lhe um beijo, ela abriu os olhos e sorriu para mim. Abanei a cabeça dizendo que não, que aquel sorriso não era para mim. Sem falar nada apontei para trás dela. S. virou-se e viu o nosso bébé ali.
Pela primeira vez estávamos os 3 juntos... comovêmo-nos, olhámo-nos nos olhos e beijámos de felicidade.
Foi aí que tudo me fez sentido.